O Teatro de Grupo constitui uma categoria de organização e produção teatral em que um núcleo de atores movidos por um mesmo objetivo e ideal realiza um trabalho em continuidade e, estendendo sua atuação a outras áreas, principalmente no que diz respeito à própria concepção do projeto estético e ideológico, o grupo acaba por criar uma linguagem que o identifica.
A prática coletiva do teatro não constitui em si uma modalidade, uma vez que essa arte tem como definição essencial a pluralidade: enquanto a pintura, a escultura, a literatura são artes solitárias, o teatro, ao contrário, além de ser criado por várias mãos, só se concretiza como arte no momento do espetáculo, ou seja, quando os espectadores se reúnem em um mesmo lugar para desfrutá-la. A formação de companhias é quase tão antiga quanto o próprio teatro e surge com a profissionalização como necessidade de sobrevivência.
O que chamamos de "teatro de grupo" não é, no entanto, a mera organização coletiva. Os grupos passam a usar este conceito para marcar sua posição de divergência em relação ao teatro empresarial, em que o ator não está engajado no projeto e a equipe se desfaz logo que a temporada termina, forma de produção cada vez mais presente no mercado teatral após o início dos anos 70. Em lugar do salário pago pela empresa, o grupo remunera seus integrantes por meio de um sistema de cooperativa, o que faz dos atores os donos do empreendimento.
É em meados da década de 70 que os grupos surgem e proliferam, muitos se utilizando da criação coletiva como técnica de construção do espetáculo. No Rio de Janeiro, destacam-se Asdrúbal Trouxe o Trombone, A Comunidade, Grupo Pão e Circo, Grupo Dia-a-Dia, e, em São Paulo, Pessoal do Victor, Teatro do Ornitorrinco, Macunaíma, Mambembe, Pod Minoga, entre outros. Nesse período não se fala contudo em Teatro de Grupo - de um lado porque os críticos e historiadores não creditam ao fenômeno importância histórica capaz de merecer um conceito, de outro lado porque os próprios grupos, recusando rótulos, evitam qualquer tipo de inserção histórica.
Em 1979, com a fundação da Cooperativa Paulista de Teatro, reúnem-se grupos paulistas dispersos, criando uma alternativa concreta para romper a organização burocrática e administrativa posta em bases empresariais.
Em 1991, acontece em Ribeirão Preto o 1º Encontro Brasileiro de Teatro de Grupo que, reunindo 15 grupos, procura detectar denominadores comuns entre os participantes e esclarecer as características desta modalidade teatral. Entre os presentes estão Grupo Galpão, Minas Gerais; Parlapatões, Patifes & Paspalhões, São Paulo; Teatro de Anônimo, Rio de Janeiro; Oi Nóis Aqui Traveiz, Rio Grande do Sul; e Imbuaça, Sergipe. O Movimento Brasileiro de Teatro de Grupo, fundado na ocasião, produz a revista Máscara, com três edições, e encontros, com espetáculos e mostras de trabalho abertos ao público. Com proposta e contexto bem diversos daqueles que os mobilizaram trinta anos atrás, os grupos estão formando um mercado fora das salas de espetáculo dos grandes centros.
A prática coletiva do teatro não constitui em si uma modalidade, uma vez que essa arte tem como definição essencial a pluralidade: enquanto a pintura, a escultura, a literatura são artes solitárias, o teatro, ao contrário, além de ser criado por várias mãos, só se concretiza como arte no momento do espetáculo, ou seja, quando os espectadores se reúnem em um mesmo lugar para desfrutá-la. A formação de companhias é quase tão antiga quanto o próprio teatro e surge com a profissionalização como necessidade de sobrevivência.
O que chamamos de "teatro de grupo" não é, no entanto, a mera organização coletiva. Os grupos passam a usar este conceito para marcar sua posição de divergência em relação ao teatro empresarial, em que o ator não está engajado no projeto e a equipe se desfaz logo que a temporada termina, forma de produção cada vez mais presente no mercado teatral após o início dos anos 70. Em lugar do salário pago pela empresa, o grupo remunera seus integrantes por meio de um sistema de cooperativa, o que faz dos atores os donos do empreendimento.
É em meados da década de 70 que os grupos surgem e proliferam, muitos se utilizando da criação coletiva como técnica de construção do espetáculo. No Rio de Janeiro, destacam-se Asdrúbal Trouxe o Trombone, A Comunidade, Grupo Pão e Circo, Grupo Dia-a-Dia, e, em São Paulo, Pessoal do Victor, Teatro do Ornitorrinco, Macunaíma, Mambembe, Pod Minoga, entre outros. Nesse período não se fala contudo em Teatro de Grupo - de um lado porque os críticos e historiadores não creditam ao fenômeno importância histórica capaz de merecer um conceito, de outro lado porque os próprios grupos, recusando rótulos, evitam qualquer tipo de inserção histórica.
Em 1979, com a fundação da Cooperativa Paulista de Teatro, reúnem-se grupos paulistas dispersos, criando uma alternativa concreta para romper a organização burocrática e administrativa posta em bases empresariais.
Em 1991, acontece em Ribeirão Preto o 1º Encontro Brasileiro de Teatro de Grupo que, reunindo 15 grupos, procura detectar denominadores comuns entre os participantes e esclarecer as características desta modalidade teatral. Entre os presentes estão Grupo Galpão, Minas Gerais; Parlapatões, Patifes & Paspalhões, São Paulo; Teatro de Anônimo, Rio de Janeiro; Oi Nóis Aqui Traveiz, Rio Grande do Sul; e Imbuaça, Sergipe. O Movimento Brasileiro de Teatro de Grupo, fundado na ocasião, produz a revista Máscara, com três edições, e encontros, com espetáculos e mostras de trabalho abertos ao público. Com proposta e contexto bem diversos daqueles que os mobilizaram trinta anos atrás, os grupos estão formando um mercado fora das salas de espetáculo dos grandes centros.